quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Enquete
Cientistas mirins apresentam projetos inovadores na Mostra de Ciências
A Unopar realizou hoje, às 10 horas, a abertura da VII Mostra de Ciências. O evento confere para estudantes e professores da educação básica os prêmios “7º Prêmio Jovem Talento da Ciência
A professora Beatriz Meneguce, da Escola Agrícola Estadual Fernando Álvaro Costa, localizada em Santa Mariana , destaca a iniciativa da Unopar na realização da Mostra de Ciências: “O evento é uma maneira de divulgar para a comunidade o que as escolas produzem no âmbito da Ciência. São trabalhos que têm aplicabilidade para toda a sociedade”, revela. Ela orientou o projeto “Compostagem Caseira”, desenvolvido pelo aluno Álvaro Guadanhin. “Nosso trabalho utiliza resíduos domésticos para a produção do composto orgânico, visando a preservação do ambiente”, comenta o aluno.
Extração de ouro em placas de computador
Três alunos orientados por um professor de Química do Colégio Alfa e Ômega, de Rolândia, desenvolveram um projeto inovador no Paraná. Os estudantes utilizaram ácido nítrico para remover ouro das placas de computador. Gabriel Felix, Daiane dos Santos e Guilherme Liberatti, explicam que o ácido nítrico reage com o ouro e resulta em três produtos: nitrogênio, nitrato de cobre e ouro precipitado. “Em apenas uma placa conseguimos extrair 0,05 g de ouro 24 quilates, que é o ouro mais puro. Se fosse comercializado, poderia render cerca de R$4,00 reais”, diz Liberatti. Ele revela ainda que cada grama de ouro custa no mercado R$80,00.
Túlio Penazzo Garcia, professor que orientou o projeto, afirma que o fator lucro obtido da extração mineral não é o mais importante no projeto: “A questão ambiental é primordial, uma vez que descartadas no lixo, essas placas danificam o meio ambiente”, afirma. Ele acrescenta que Universidades como a Unicamp e a USP já trabalham em projetos de reaproveitamento de minérios, mas que aqui no Paraná essa prática ainda não é utilizada.
Abajur produzido com sucata para prevenir a dengue
A idéia surgiu quando os estudantes perceberam - por meio das campanhas de prevenção e das notícias veiculadas nos meios de comunicação, que a incidência da dengue aumenta com o calor. O primeiro passo foi pesquisar sobre o assunto. Os cientistas mirins descobriram que a citrolena é uma planta capaz de afastar o mosquito da dengue. E para diminuir a incidência da doença, colocaram a cabeça para funcionar: “Pensamos em como poderíamos diminuir a incidência da dengue, essa foi nossa meta inicial”, conta.
O abajur foi criado com um motor de encher brinquedos de ar, um holofote e um rolo de tinta. “Colocamos óleo essencial de citronela no rolo, que gira com o motor ligado. O cheio do óleo de citronela exala e espanta os mosquitos. Além de afastar o mosquito, confere ao ambiente um cheiro bem agradável”, salienta.
Seminário discute a Inovação Sustentável
Durante o 4º Congresso Nacional de Extensão Universitária e o 13º Encontro de Atividades Científicas da Unopar, um dos temas que chamou a atenção foi à conferência de Inovações Sustentáveis e a importância da cultura empreendedora na formação profissional. Durante o circuito uma das propostas apresentadas foi a de Inovações Sustentáveis a partir da realidade da FEF-UNICAMP, que colocava em pauta a relação do ser humano com o meio ambiente.
De acordo com o doutor em anatomia, Ademir de Marco, é preciso que haja uma interação entre o meio ambiente e o ser humano, ou seja, uma relação física, social e cultural. Dentre as questões abordadas está a de conscientização das inovações propostas na área de Educação Física. “As vezes as pessoas não conseguem fazer essa ligação do ser com o meio em que ele vive, a temática apresentada aqui pode parecer distante da disciplina de Educação Física, mas feita essa ligação tudo começa a fazer sentido”, ressalta.
Marco explica que em uma simples caminhada você pode detectar a presença dessa interação, mas ressalta que ainda falta muito para que essa integração seja completamente eficiente. “Quando você pratica uma atividade, pode ser desde um passeio de bicicleta no parque, até uma trilha em uma mata, essa ponte entre o ser e o meio já foi feita.”
As atividades físicas aliadas a uma consciência ambiental, seriam o começo de mudanças para um melhoria cada vez mais evidente e eficaz. “Se faz necessário a formação de profissionais, mas acima de tudo, de cidadãos que possam ter uma mentalidade projetada para questões futuras que envolvem o meio ambiente”, finaliza.
Repórter: Rudolf Valentin
Empregabilidade e Sustentabilidade: As competências do ser organizacional
No dia 27, o professor Henrique Gambaro Vieira ministrou a palestra “Empregabilidade e Sustentabilidade: As competências do ser organizacional”. Vieira enfocou em sua palestra a importância da sustentabilidade nas empresas. Segundo ele, a sustentabilidade é um modo inteligente de se trabalhar. “A empresa ou grupo precisa agir de forma eficiente e buscar algo novo. O segredo é planejar os projetos e investir sempre em capital humano, pois as empresas dependem dos colaboradores para alcançar o sucesso”, diz.
O palestrante também revela que para o ser humano ter sucesso profissional é preciso ter habilidade técnica, conhecer o produto ou serviço que está vendendo ou trabalhando: "temos que buscar trabalho, com técnica e habilidade em nosso assunto para garantir uma vaga de emprego", afirma Vieira.
Vieira também acrescenta que para o indivíduo alcançar o sucesso profissional é preciso sempre buscar capacitação e atualização por meio de cursos de formação profissional e graduação. “É imprescindível ir além do comum, administrar seu tempo, para que tenha tempo entre o trabalho e o lazer. Se você deixa para amanhã, você nunca vai fazer", comenta.
Vieira finaliza a palestra deixando para seu público a seguinte mensagem, "temos que ser o melhor todos os dias, pois a competência diz respeito a cada um", complementa.
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Repórtagem: Laís Andreolli e Douglas Fernando
A evolução da arte através da Santa Ceia
O curso de Artes Visuais promoveu o seminário Inovações e Impactos traçando a evolução da arte através dos séculos
O 4º Congresso Nacional de Extensão Universitária e o 13º Encontro de Atividades Científicas da Unopar contou a palestra sobre Inovações e Impactos, ministrada pelo professor Marcelo Silvio Lopes que demonstrou como as inovações tecnológicas influenciaram a trajetória da arte contemporânea.
Lopes fez uma análise dos tempos utilizando os quadros da Santa Ceia para traçar um perfil de como o indivíduo se comportou no decorrer dos séculos. Na época medieval o comportamento coletivo dificultava a identificação das pessoas de uma mesma família, a arte era didática, o espaço era coletivo e os personagens eram idênticos.
Já o período do Renascimento marcou o nascimento do ser, assim o homem se sentia o centro do mundo. Em seguida o palestrante explicou que no período Barroco havia a mistura entre o racional e o emocional, Deus X Demônio, o ponto de vista central traz as emoções do ser humano.
Segundo Lopes a época do Modernismo marca o surgimento da máquina fotográfica e o homem se torna subjetivo. “Se antes Da Vinci dissecava corpos para estudar a anatomia, Freud, Darwin e Marx dissecavam o comportamento do homem subjetivo”, explica.
Sobre a arte Lopes marca personagens distantes, diversidade de faces e expressionismo, “O homem desterritorializado reúne ideologias do mundo todo”, comenta. Na arte Contemporânea Factory é o conceito de ausência de aura da imagem, sem pessoas, no qual conceito de não-lugares se multiplica pelo fato de estar em um local e interagir com várias outras pessoas. Os não-lugares são locais de passagem e a arte nada tem a ver com beleza, mas sim com o pensar.
“Arte contemporânea não existe sem o pensar, sem contextualizar a imagem dentro da minha realidade” afirma Lopes. Um exemplo prático é a coletânea de fotos de James Reynolds com uma série fotográfica sobre a Última Ceia de condenados a morte.
Lopes finaliza com a constatação de que antigamente a arte tinha séculos de uma mesma visão, mas hoje muda muito rápido, por vivermos cada vez mais em não lugares do que em lugares. Após a exposição dos conceitos, o palestrante abriu espaço para um debate entre os alunos.
Reportagem: Ariana Zortéa e Karina Giorgiani
O empreendedorismo como estímulo para o desenvolvimento
O 4º Congresso Nacional de Extensão Universitária e o 13º Encontro de Atividades Científica da Unopar contou com a ilustre presença do professor Dr. Fernando Dolabela que apresentou uma palestra a distância sobre “Inovações Sustentáveis: a importância da cultura empreendedora na formação profissional”.
O evento foi mediado pelo gerente regional da SEBRAE, Heverson Feliciano, e pelo professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTRPR), Dr. Cláudio Takeo Ueno. O trabalho foi coordenado pelo professor da Unopar, Paulo Ricardo Torres Diniz.
Começando com o título “A fábula do pipoqueiro e do graduando em uma universidade brasileira” ele discute sobre vários aspectos do empreendedorismo, entretanto contextualiza a situação dos estudantes no Brasil e a perspectiva de empreender.
Por atuar em projetos que viabilizam a pedagogia empreendedora Dolabela criou um conceito simples de empreendedorismo. A proposta é que o empreendedorismo é o maior instrumento de combate da miséria, sendo voltada ao desenvolvimento social.
Para o ministrante o empreendedorismo não tem padrão para caracterizar-se em um campo científico, sendo um campo de estudos que recebe definições de diversas áreas. Por isso ressalta um conceito amplo de empreendedorismo, alguém que se sustenta e inova a cada dificuldade, ele lembra que a inovação desloca a economia em um novo patamar e as empresas que não se alinham a esse novo patamar não é capaz de superar as expectativas do mercado e acaba desistindo.
“O empreendedor é alguém que sonha e busca transformar o seu sonho em realidade, ele é capaz de projetar e formular seus desejos”. Além dessa definição ele explica que o empreendedor não é quem realiza sonhos, pois quem realiza seus sonhos chega ao fim. “Não basta sonhar é preciso tornar realidade, ser alguém que transforma um sonho ou uma idéia em realidade e continuar constantemente sonhando e realizando. Idéias sozinhas não valem nada, as idéias que encontram o empreendedor é que se transforma em recursos, em riqueza, em sucesso”.
O palestrante ainda comenta que uma sociedade que não estimula sonhos é uma sociedade de pouco alcance. “Não se conhece energia maior do que aquela produzida por pessoas que buscam o teu próprio sonho. A escola é lugar de que tem sonhos”, diz.
Uma das mais importantes lições que o palestrante deseja passar aos universitários é de que para a pessoa empreendedora o erro é a maior fonte de aprendizado e define que o sucesso está na busca pelos seus objetivos.Dolabela finaliza ressaltando a importância do autoconhecimento, dizendo que a pessoa com autonomia é protagonista e autor de si mesmo. “Porque se eu não sei exatamente o que quero, o que posso e o que sei, eu aumento as minhas chances de fracasso”, diz. Ele explica ainda que quem se conhece é capaz de perceber onde pode melhorar e encontra formas de procurar pessoas que complementem o seu perfil.
Para o sucesso é necessário não dar importância ao individualismo, é importante conseguir cooperar para a melhora como um todo. “O empreendedor é alguém que se define pela relação que estabelece com outras pessoas e com os próprios sonhos. A relação define o indivíduo”, finaliza.
Dolabela atualmente é consultor e professor da Fundação Dom Cabral, e já atuou como professor da UFMG, consultor da CNI-IEL Nacional e AED (Agência de Educação para o Desenvolvimento), além de ser autor de diversos livros e softwares.
Reportagem: Raquel Mika Kamiguchi
Fotografia: Gabriel Teixeira
Acontece EAC nº 01
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